domingo, 3 de janeiro de 2010

Os Reis para o REI


Não há ídolos sem ídolo. Todos eles, sejam de que área forem, têm alguém que julgam ser o máximo e que os influenciaram de alguma forma, ou de muitas formas, acabando por levá-los ao caminho que escolheram. No louco e fascinante mundo do rock and roll, não é diferente: nomes como Beatles, Chuck Berry, Muddy Waters, Buddy Guy surgem repetidas vezes em entrevistas e documentários, mostrando que o rock é uma evolução musical e não algo que surgiu desparatamente, fruto de alguma maluquice da juventude como gostariam os conservadores americanos da década de 1950, que tudo fizeram para acabar com ele. E talvez tivessem conseguido, não fosse um rapaz de de Liverpool que influenciado pelo ritmo americano e especificamente por um cantor, juntou-se a outros três e formou uma banda que se tornaria um ícone do rock and roll. Estamos falando, claro, de John Lennon e dos Beatles. E acima de tudo, estamos falando de Elvis Presley, o responsável pela paixão de Lennon pelo rock.
Neste ano em que o Rei completaria 75 anos, outros reis se juntam para homenageá-lo e contar um pouco de suas tragetórias em direção ao sucesso e de como Elvis fez parte de seus caminhos.
"Elvis é um mito" - diz Bill Stone. - "Um mito que vimos nascer e se formar diante dos nossos olhos, embora muitas pessoas não se dêem conta disso. Tudo nele possui este aspecto mitológico e fascinante" - completa.
Eu pedi a ele que explicasse o que queria dizer com isso e ele me contou a seguinte história:
"Era uma vez um rei que não sabia que era rei. Ele nasceu pobre, em um tempo de diferenças e grandes discriminações, onde as pessoas eram separadas pela cor e pela origem. Quando este menino tinha apenas um ano, o vilarejo onde morava foi assolado por um furacão que obrigou as pessoas a se unirem para reconstruir sua vila, fazendo com que os de cores diferentes trabalhassem juntos diminuindo a distância que os afastava. O pequeno rei cresceu sem se dar conta de que seria ele a principal figura que representaria a união de diferentes vertentes culturais"
Ele me olhou e sorriu: 
"É como uma fábula, entende? Elvis é uma lenda em si mesmo, é icônico, é mitológico em tudo e por tudo" - completa Tray Clarence. "Não dá pra falar de rock, sem falar de Elvis, ele é mesmo o Rei!"
"Tudo que você vê hoje nos palcos, desde as roupas mais extravagantes até os movimentos corporais sensuais vieram dele, que os pegou emprestado da cultura afro-americana e espalhou mundo a fora, apesar de jamais ter feito shows em outros países." - diz Pop's, a produtora do Red Kings. 
"Ele tinha uma das vozes mais poderosas que já ouvi. E pode acreditar, eu já ouvi muitas. A maneira como Elvis flexionava a voz e fazia com ela movimentos sutís é de uma técnica impressionante. E estamos falando de alguém que nunca estudou canto! Um deus, você tem outra explicação?" - pergunta Tray, entusiasmado
Aproveitando a deixa, pergunto a Bill se ele, de alguma forma, tem algo de Elvis em sua maneira de cantar:
"Bem que eu gostaria" - responde rindo "Elvis tinha um jeito único e qualquer pessoa que pense que pode igualar-se a ele, precisa ser internada urgentemente. Mas sim, ele é uma grande influência e uma inspiração constante. Provavelmente vamos incluir alguma musica dele em nossa próxima turnê, mas ainda estamos trabalhando nisso" - adianta.

Quem encerra a entrevista é Tray:

"Tudo nele era intensidade e energia. Mesmo sua vida desregrada e a maneira como infelizmente morreu tão cedo, espelham uma alma intensa e rebelde. Rock and Roll até a ultima gota! Tudo o que posso dizer, e acho que falo pela banda toda, é Longa Vida ao Rei! Elvis jamais morrerá, porque mitos são para sempre". - termina ele.


Entrevista concedida em dezembro de 2009 à jornalista Paula Miranda. Revista Metal Universe.



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